sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quanto vale a arte de Telmira!

No Brasil, costuma-se chamar de "arte popular" a produção de esculturas e modelagens feitas por homens e mulheres que, sem jamais terem freqüentado escolas de arte, criam obras de reconhecido valor estético e artístico. Seus autores são gente do povo.

A arte popular sempre deve ser valorizada pelo seu povo, faz parte da cultura e da história de uma nação, estado ou cidade. Em Ouro Branco um grande exemplo deste tipo de arte é a artesã Telmira que, através de retalhos de pano cria personagens estranhos, onde as proporções não são guardadas. Este tipo de artesanato é muito desvalorizado pelos ourobranquenses, que compram as bonecas de Telmira por valores irrizórios
.

Turistas que passam por nossa cidade, (principalmente sulistas advindos de lugares onde a valorização pela arte popular é mais ativa) e se deparam com Telmira e suas bonecas, os mesmos a procuram para comprar as tais bonecas.

Certa vez um caminhoneiro do Rio Grande Sul passou por nossa cidade, e pernoitando em Ouro Branco, conheceu Telmira, que depois de oferecer suas bonecas a vários ourobranquenses, no valor de um real cada uma, saiu triste devido as chacotas proferidas à sua arte. O gaúcho  comovido comprou todas as bonecas e a levou para casa, meses depois, voltando a circular pela cidade, ele parou na praça central e perguntou onde poderia achar uma mulher que vendia umas bonecas muito bem feitas.

Talvez falte vontade de promover o artesanato ourobranquense com ações de valorização e preservação do modo tradicional de fazer, com estratégias de distribuição e inserção diferenciada no mercado, além da criação de um selo de origem controlada a fim de agregar valor ao produto feito pelos artesões.

A arte de Telmira é muito parecida com a de um famoso escultor e pintor colombiano, que em suas pinturas e esculturas, prima pela diferença, desproporcionalidade da forma.




Fernando Botero é um pintor e escultor colombiano. Suas obras destacam-se sobretudo por figuras rotundas, o que pode sugerir a estaticidade da humanidade. Há de se perceber uma crítica social, especialmente no que diz respeito à ganância do ser humano. 

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Na foto acima uma pintura de Botero que amava pintar figuras de pessoas gordas, fugindo do normal. Botero foi reconhecido pelo seu povo, que valorizou a sua arte um tanto quanto diferente, por que nós ourobranquenses não valorizamos mais a arte de Telmira? 
 
Matéria extraída do blog do Marcos Costa

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