É o poeta que torna esse nosso mundo, tão belo
e ao mesmo tempo tão conturbado, um pouco mais sensível, é ele que
desnuda a alma para que a nossa alma seja menos dura, menos intolerante,
mais solidária, mais humana.
É o poeta que nos
leva a contemplar o amor, que nos leva a pensar a paz, que nos lembra de
que somos irmãos gêmeos da natureza e por isso mesmo precisamos amá-la e
respeitá-la, para que ela nos proteja e não nos desampare.
Precisamos
comemorar este dia lendo e produzindo versos, todos nós, pois o mundo
atual, tão corrido e tão violento, precisa da singeleza e do lirismo da
poesia. O ser humano precisa cultivar a poesia, para não se deixar
endurecer ainda mais, para não deixar de ser gente, de ser humano.
Ao
contrário do que alguns pensam, a poesia é necessária. Como deixar
fluir a alma peças pontas dos dedos, a não ser pela criação de um poema?
A poesia é sentimento, é emoção, é alma, é coração. Como sermos humanos
sem tudo isso?
A poesia é mágica, como já disse Quintana – e quem mais poderia dizê-lo? – como neste poema que tomo a liberdade de transcrever:
”Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um
instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos
vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava
em ti...”
Que mais posso eu dizer? Rendo a minha
homenagem a você, poeta, que não deixa morrer a poesia que existe,
ainda, em nossas vidas. E rendo minha homenagem a você, leitor, que não
deixa morrer a poesia, recriando-a. E viva a poesia mundial, e viva
Quintana, e viva nós, poetas e vivam todos os leitores.
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